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Publicado em 01 de setembro de 2025
Conciliar crescimento profissional e bem-estar pessoal virou o dilema de uma geração. Se antes a realização passava pelo crachá de uma multinacional ou pela segurança de um cargo público, hoje muitos profissionais estão avaliando trocar o status profissional que o levou a um estado de ‘workaholic’ (ou seja, de profissional que dedica 100% do dia ao trabalho), por experiências que ofereçam propósito, saúde mental e qualidade de vida.
Da dentista que virou vendedora em Portugal, à policial que pediu exoneração no Brasil para viver no Canadá, passando pelo publicitário que encontrou um novo caminho na Alemanha e pelo administrador que deixou o setor de finanças para abrir um box de crossfit em Guarulhos: essas histórias distintas revelam a mesma escolha: a realização hoje não se resume apenas ao sucesso profissional.
Mas um questionamento surge no meio desse novo mindset profissional: de que forma isso impacta regimes de trabalho formais como o CLT? Especialistas comentam isso à EXAME.
“Era preciso dar dois passos para trás para ir para frente”
A dentista Julianne Rabelo percebeu, aos 28 anos, que a carreira já não a satisfazia. Com uma profissão que só oferecia a opção de PJ (pessoa jurídica), ela desanimou com o mercado de trabalho saturado brasileiro.
“A falta de reconhecimento e o mercado saturado foram os pontos principais para me dar a oportunidade de viver algo novo”, conta. Em 2023, ela se mudou para Portugal, onde hoje trabalha como vendedora.
Apesar de feliz com a escolha, Rabelo não desistiu da profissão. “Pretendo validar meu diploma aqui e seguir na odontologia em Portugal", diz. "Às vezes é preciso dar dois passos para trás para ir para frente".
Segurança e novos caminhos no Canadá
A administradora Muriely Martins Algauer, 38 anos, trocou a carreira de CLT em finanças pela vida no Canadá após sofrer assaltos recorrentes em Curitiba. “Isso começou a afetar demais a minha saúde mental. A questão da segurança foi determinante para a mudança.”
Hoje, trabalha em uma empresa de materiais de construção e se prepara para migrar para a área de tecnologia. O conselho que dá a quem sonha em recomeçar é simples.
“A primeira coisa é ter em mente que você precisa estar aberto para recomeçar. Sem isso, não há como se adaptar,” diz Algauer.
A policial Emmanuelle Assis, hoje com 38 anos, se formou em Educação Física, e junto com Algauer desembarcou no Canadá em 2022. Concursada, pediu licença de dois anos da corporação para experimentar a vida fora e depois pediu a exoneração.
“Mesmo trabalhando em um cargo que eu não gosto, como chefe de caixa de loja de material de construção, a questão monetária é melhor e o país é lindo e seguro. Isso pesa na balança”, diz.
A adaptação trouxe dificuldades extras. “Aqui é um lugar extremamente bilíngue, então precisei aprender inglês e francês. Além disso, a saúde custa caro para quem não tem cobertura. Uma simples consulta me custou 1.300 dólares. É preciso preparo financeiro para tentar a vida fora do país de origem.”
Assis, no entanto, mantém os olhos no futuro. “Estou batalhando para conseguir a residência permanente, mas também de olho em novas oportunidades pelo mundo.”
A busca por valorização profissional ultrapassa fronteiras
Um burnout, aos 23 anos, transformou a vida do publicitário Lucca Freire Fernandes. Hoje, com 30 anos, ele conta que ter coragem para mudar salvou não só a sua carreira, mas também a sua vida.
“Eu trabalhava como publicitário em São Paulo e não tinha hora certa de terminar o expediente (mesmo sendo CLT), sem contar que era uma pressão de todos os lados, todos os dias. Aos 23 anos eu tive o diagnóstico de burnout. Decidi que era hora de mudar,” diz Fernandes.
Apaixonado por Berlim após uma viagem, ele pediu demissão no Brasil e partiu para a Alemanha em 2017 só com a passagem de ida. No início, se sustentou com bicos de garçom, babá e até figurante da série O Gambito da Rainha para pagar o aluguem de um quarto.
O passaporte português facilitou sua permanência e acesso a oportunidades – e a pandemia o "colocou contra a parede": voltar ao Brasil ou conseguir uma vaga no mundo corporativo alemão. Decidiu, então, apostar na segunda opção. “Eu apliquei para tudo que eu podia. Qualquer vaga que exigisse Excel e organização, eu me inscrevia.”
O esforço valeu a pena: foi contratado por meio de uma agência para atuar na Amazon Logistics. O trabalho temporário logo se transformou em efetivação e promoções rápidas. Em três anos, passou de analista a Account Manager.
“Eu tive uma oportunidade de crescimento que eu não imaginaria que teria no Brasil no mesmo tempo”, afirma o publicitário.
O aprendizado maior veio da coragem de arriscar. “Foi um tiro no escuro, mas deu certo. Não penso em voltar para o Brasil. O estilo de vida que encontrei aqui é algo de que não quero abrir mão.”
Um negócio próprio para ter tempo de viver
O diagnóstico de câncer na tireoide fez o professor Flávio da Cunha, 42 anos, rever prioridades. “Me dei conta de que talvez não estivesse construindo com minha filha a relação que eu gostaria.”
Em 2023, Cunha decidiu empreender na Airlocker, franquia de armários inteligentes. Com operação home based, dedica cerca de 20 horas semanais ao negócio. “Hoje eu coloco minha filha para dormir todas as noites. Isso, para mim, vale mais do que qualquer sucesso profissional.”
Do banco ao box de crossfit
O administrador Thiago Storrari começou cedo: aos 17 anos lavava pratos em um restaurante por quilo no Brás, em São Paulo. Em 2016 se formou em Administração e realizou o sonho de trabalhar em um banco. Mas o que parecia perfeito logo se tornou pesado demais.
Em 2023, Storrari decidiu investir no sonho do crossfit. “Peguei o dinheiro que poderia quitar o apartamento da família e investi no box. Foi muito planejamento e coragem. No começo, tive dias em que não aparecia aluno, mas continuei firme.”
Hoje, sua academia em Guarulhos soma 180 alunos, entre físicos e Gympass. “Uso o que aprendi na faculdade para gerir o negócio, mas agora o foco é gente. Aqui chegam alunos com obesidade, depressão e ansiedade — e acompanhar suas conquistas é o que me motiva a continuar empreendendo.”
É o fim do CLT ou do trabalho formal?
Para a neurocientista Andrea Deis, não há fim da CLT, mas necessidade de reinvenção.
“Existem profissões que precisam desse controle e segurança. Mas vejo uma busca por modelos mais flexíveis. As empresas precisam repensar o pacote de benefícios e a cultura para atrair talentos.”
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reforça a preocupação com a pejotização, que fragiliza direitos e contribuições previdenciárias. Mas os dados do IBGE mostram que entre 2022 e 2025, o número de trabalhadores com carteira assinada cresceu, enquanto os por conta própria se mantiveram estáveis.
“O que vemos é que muitos saem da CLT não por opção, mas por falta de oportunidade”, analisa Jefferson Mariano, do IBGE.
Uma nova equação entre vida e trabalho
Entre os jovens, no entanto, a lógica pode ir além das oportunidades do mercado, afirma Deis.
“A geração Z entende que trabalho é diferente de emprego. Para eles, felicidade é viver pelos seus valores, desde que esses valores respeitem seus talentos”, afirma.
Segundo Deis, a nova geração de profissionais prioriza experiências que ofereçam autonomia, pertencimento e desenvolvimento contínuo.
“Eles estão muito mais dispostos a correr riscos, buscar alternativas, trabalhar por projetos e gerir o próprio tempo. O formato tradicional, mais rígido, não atende a esses anseios.”
Seja por segurança, saúde mental, tempo em família ou busca por autonomia, os exemplos mostram que mais brasileiros estão dispostos a recomeçar — no Brasil ou fora dele.
Como resume a dentista Rabelo que hoje vive em Portugal. “A vida tem outros sonhos para serem vividos, além do profissional — e só se vive a experiência quem realmente quer."
Fonte: Exame
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